segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Marido Empoderado

Eu sempre gostei de falar "estamos grávidos" por vários motivos. O Ricardo sempre foi um companheiro fantástico, ele viveu comigo cada momento dessa gestação. Esteve sensível e forte, está aqui e ali. Ricardo é amparo, apoio e carinho.
Mas pela primeira vez, eu vi isso por outro ângulo, essa nossa gestação. Como é difícil estar grávido com uma mulher que decide levar uma gestação consciente. Explico melhor, eu tive um primeiro sangramento com 6 semanas, depois de 48hs eu me acalmei, me conectei com o meu corpo e entendi que eu não tinha poder sobre nada que aconteceria, mas eu sabia que o embrião estava bem. Só repetimos o US três semanas depois, eu passei essas três semanas vivendo normalmente, sem restrições, em conexão total com meu corpo, ele passou essas mesmas semanas em estado de alerta, qualquer respiração diferente era um pulo, eu me mexia na cama ele acordava. No dia do US (único em que ele esteve comigo) ele se emocionou, conteve uma lágrima, disse que finalmente iria respirar aliviado.
Nesse US foi visto um hematoma, e recebi uma indicação de repouso moderado. Ele enlouquecia com a minha inquietude, mas eu sabia que repousar não faria diferença nenhuma no desfecho da gestação, ficar em casa me fazia mal, mas não percebia o quanto as minhas ações excluíam os sentimentos e desejos dele, que tanto se preocupou com o nosso bem estar, com a nossa gestação.
Novo sangramento com 19 semanas e uma decisão de não ir ao hospital. Dessa vez cedi à inquietude dele e lá fomos nós, dois dias depois garantir que tudo estaria bem. E estava.
Durante a gravidez eu sempre fiz o mínimo de exames e intervenções, ele sempre me acompanhou nas consultas e sempre me sorriu ao ouvir o coração da nossa pequena, mas ele nunca vai sentir o que eu sinto quando ela se movimenta. Entendo que para muitos homens os US em excesso sirvam como conexão, afinal, eles não sentem como nós sentimos, não vivem como nós vivemos. Mesmo assim ele nunca discordou de mim, nem por um momento sobre a necessidade de fazer mais exames, em nenhum momento me pediu um US, nem para confirmar ou conferir ele mesmo o sexo. Inclusive ontem, olhando as roupas da Helena me perguntou "e se for menino?"
Ultimamente a tristeza dele é que ela para quando ele coloca a mão na barriga, por mais agitada que esteja. Eu o conforto dizendo que ele a acalma, como acalma a mim e por isso ela não se mexe. Ainda assim, segue inconsolável, pedindo por um chutinho em sua mão.
Há duas semanas, saiu uma parte do meu tampão mucoso, junto com bastante sangue. Eu sabia que não precisava me preocupar, conversei com a doula e com a médica no mesmo dia. Mas desde então ele acredita que a qualquer momento entrarei em trabalho de parto, e está atento a qualquer respiração. E eu sigo aqui, tranquila, com minhas contrações de BH, alguns pródromos, bastante cólicas, muita vontade de ficar de cócoras, quietinha no meu ninho.
Calma amor, falta pouco pra ter nosso bebê aqui fora...

6 comentários:

  1. Tamiiiii, que lindoooo!!! Quer dizer que a hora está chegando!!!! Que tranquilidade maravilhosa. Parabéns! Que assim permaneça e que vcs tenham uma linda hora!!

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  2. Coisa linda de se ler...
    Um companheiro assim, não precisa mais nada...ahh precisa sim, um parto lindo e uma baby cheia de saúde!!!
    Bjsss
    http://agoraeuquerosermae.blogspot.com.br/

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  3. olá!sou nova por aqui e estou te seguindo!poderia retribuir tbm?

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    Respostas
    1. Oi Luh!
      Seja bem vinda! Ainda estou na loucura da chegada do bebê mas assim que der um tempinho vou visitar seu cantinho.
      Beijinhos

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