Será que dessa vez consigo publicar o post no mesmo dia que ele foi criado? Sei não!
Então que eu não tenho um post de fim de ano e ainda não quero pensar nisso. Então que eu não sei o que espero desse ano e ainda não quero falar disso. Então que tem uma bola entalada na minha garganta depois de chorar a noite toda.
Por que tudo isso? Estou desenterrando meus medos.
E esse processo faz parte de ser tentante.
Estou viciada em relatos de parto, meu dia não termina sem que eu leia ao menos um, e já li dezenas nesses últimos dois meses. E em todos os relatos, vejo as mulheres falando sobre a mãe que nasceu no momento do parto, sobre deixar uma mulher para trás, abandonar seus medos. Eu me vejo parindo nesses relatos, me vejo de quatro. Isso desconstrói a sociedade, como diz a Ligia. Desconstrói a visão que temos do parto.
Assim como toda tentante maluca, acompanho blogs, grupos e fóruns e isso me angustiou alguns dias. Como pode as pessoas não alcançarem a informação? Fecharem os olhos para a informação? Tudo bem, eu já sabia disso muito antes de me interessar pela humanização do parto, mas nesse momento, me entristece.
Me entristece saber que estou fazendo muito pouco. Que ainda existe tanta gente que não faz ideia do que seja violência obstétrica ou dos males de uma cesárea eletiva. Que se apavora quando falamos em humanização e só relaciona isso a dor física.
Então eu comecei a me perguntar como foi que eu descobri isso. Eu não conheço ninguém que tenha tido um parto respeitoso, não conheço nenhuma mulher depois da minha avó que tenha tido um parto domiciliar. Minha mãe sofreu, minhas tias sofreram, minha irmã sofreu, minhas primas sofreram, e elas consideram tudo isso normal, porque afinal todo mundo passa por isso não é mesmo!? Não! Não é!
E daí nasce dentro de mim uma vontade louca, incontrolável de fazer mais, como se eu precisasse ter encontrado essa gente toda, essas mulheres maravilhosas. Para mim, as respostas estão aqui. Eu me encontrei em cada uma.
Eu nunca engravidei, mas me sinto mãe. Eu amo cada mulher que me procura perguntando sobre a gravidez, o parto, sobre como encontrar ajuda e a vontade que tenho é pegar algumas no colo e conduzir até a fonte. Eu amo estudar mais e mais sobre isso e tenho uma fome, uma sede de saber, entender e conhecer.
Eu desenterrei a menina que sofreu violência sexual, a menina feia, culpada e da qual eu tinha raiva, pela qual eu chorei anos e anos. É isso que me faz ter tanto desejo de entender porque alguém permite que seu filho seja submetido ao sistema. É isso que me faz desejar me tornar algo além do que sou hoje, e mostrar para aquela menina, que tudo pode ser mais colorido.
Tamires, eu me vi escrevendo a maioria dessas palavras...
ResponderExcluirBeijo pra vc! Tamo junto! rsrs!
É isso aí, Talita!
ExcluirBeijo pra vc tb!
Olá Ingrid,
ResponderExcluirObrigada pela visita.
Beijinhos