quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Os planos e a insanidade

Quero falar tantas coisas que acho que esse post vai sair uma salada mista sem pé nem cabeça. Não tenho certeza se estou repetindo o que eu já falei, mas tem teclas que valem a pena ser rebatidas!
Já deu pra entender que eu meio que faço parte #dazindiaativista, né!?
É, eu sei, ando meio maluca com isso tudo e muito viciada nesse mundo.
Vamos começar pelo começo: Eu nasci de Parto Normal. Meus três irmãos nasceram de parto normal, meus dois sobrinhos nasceram de parto normal (já falei isso aqui? Perdoem as repetições, prometo que é a última vez e não falo mais nisso) porque na minha família, as mulheres parem, simples assim. Minha tia tem 1,50m e pariu um menino de 50cm e 5kg. Minha mãe não sabe o que é um bebê de menos de 3kg, o último tinha 4.800kg e por isso minhas tias dizem que os filhos da minha mãe não servem de modelo para ninguém. Porém, minha mãe sempre foi atendida pelo SUS e por isso sofreu intervenções em todos os partos (pacote completo).
Minha irmã sofreu nos dois partos, minha sobrinha foi puxada com fórceps e teve a cabecinha machucada. Mesmo assim nunca cogitei a hipótese de passar por uma cirurgia, estava ciente da dor, do possível sofrimento. No momento em que comecei a pensar em engravidar, comecei a pesquisar formas de evitar essas situações e entendi que o que sempre aconteceu na minha família não é o natural. Então comecei a pensar sobre o que fazer e entendi que se eu quisesse um parto natural, com respeito, eu teria que lutar muito e precisava começar agora.
Entendi que eu não poderia ficar com minha GO fofinha do plano, que o plano não cobriria o parto que eu quero e pelo SUS eu terei todo o pacote de intervenções. Eu sempre tive medo quando nos vídeos de parto eles levam o bebê depois que ele nasce. Minha natureza sempre me dizia que isso não era o certo, que eu não suportaria e ia gritar pedindo meu bebê de volta. Imagina quando eu soube tudo o que eles faziam ao levar o bebê. O pânico de um parto hospitalar foi crescendo dentro de mim.
Então nesse momento a única saída foi me empoderar. Nesse processo conheci muita gente empoderada, fantástica, iluminada e muitas delas estão aqui do lado. É uma energia boa que chega na gente e inunda. Mas também topei com muita gente acomodada, desinformada, preconceituosa e auto-defensiva. Nesse mundo, tomei tapa virtual na cara, fui excluída de grupos, mas resgatei algumas, e por isso me sinto feliz. Não joguei pérolas aos porcos, espalhei sementinhas em muitas terras, e algumas floresceram lindamente.
E o florescer dessas sementes me inspirou. No ano passado eu fiz o Enem na esperança de decidir alguma coisa da minha vida (já que desisti de vez da administração) e quando vi as vagas do Sisu, só saúde. Me perguntei: porque não?
O desejo de me tornar doula já estava escondidinho aqui, mas eu sabia que queria mais. Sim, eu quero ser enfermeira obstétrica. E foi assim que o meu desejo de me tornar mãe me levou a novos planos, novos caminhos, novos horizontes. O problema seguinte é que eu teria que estudar durante o dia, e sair do emprego atual. E foi essa ansiedade e medo que me levou a desligar um pouco da ansiedade e medo de ser mãe.
No fim das contas, o resultado saiu. Eram quatro vagas e eu fiquei em quinto lugar. Ainda tem a segunda chamada. Mas nesse meio tempo tem o Prouni, que eu já me cadastrei e estou dentro por enquanto e a possibilidade de estudar à noite e continuar trabalhando. Agora esses dois planos me dividem, hora estou certa de um, hora de outro.
Em um deles, eu deixo meu emprego e estabilidade, e sigo com meus trabalhos independentes como a fotografia (que eu não tenho conseguido me dedicar), a costura, o crochê, os doces. E estudo em turno integral em uma ótima universidade especializada em ciências médicas dentro de um grande hospital.
No outro eu continuo no meu emprego, mas faço um curso meia boca por pelo menos um ano, até me estabilizar, o bebê nascer (considerando engravidar em até três meses), e eu pedir transferência para a outra universidade (a federal).
Marido já falou que apoia qualquer decisão, mas preferia que eu me dedicasse só aos estudos e que estivesse em um curso bem cotado. Eu não sei! Me sinto insegura para decidir, então estou esperando pra ver o que acontece.
Nas próximas semanas teremos novidades.
Ah, to no 15DC e não vi muco. L

6 comentários:

  1. Tamires, valeu pela visita! E pelo esclarecimento das onças hehe. Olha, acredito que meta de da minha familia veio de cesariana... No meu caso e de meu irmão foram cesarianas de emergencia... Mas todo casal tem o direito de buscar a forma de como será o nascimento. Uma coisa é unanime, o bebê decide quando nascer. E nós, iremos abrir aquele sorrisão seja como for a via. E olha, quando a publicar um texto no mesmo dia em que foi criado é dificil, há dois dias desenterro eedito textos que deixei como rascunho. Tenho 13 rascunhos hehe. Beijos, paz e êxitos!

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    1. Imagina, eu que agradeço seu carinho todos os dias.
      Sabe que eu não sei se na minha família alguém nasceu de cesaria, pra mim o normal sempre foi normal.
      Já é difícil com um blog, agora imagina com dois e revisando textos o direto. haha

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  2. Oi lindona ando meio sumida mas estou arrumando um tempo para aos poucos matar a saudade dos blogs das amigas... Olha sei que minha opinião não vai contar em sua decisão, mas ainda assim quero dizer por experiência própria que quando fazemos as coisas que mais gostamos deixa de ser algo pesado, até mesmo o trabalho, então se eu estivesse em seu lugar seguiria com o sonho de ser Doula, estudar de dia e ter tempo livre para fazer outras coisas.
    Boa sorte nessa espera de resultados viu!
    Bjokas

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    1. Oi De!
      Tenha certeza que conta sim! Sempre considero cada opinião quando tomo uma decisão, pois sei que são baseadas em evidências! rsrsrs
      Obrigada pelo carinho!

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  3. É muito difícil decidir assim, né Tamires? Mas se o marido acha melhor vc se dedicar integralmente numa universidade pública, vai pela dele. Eu concordo tbm! Às vezes a gente acha que tá dando um passo pra trás, mas na verdade tá indo pra frente mesmo!
    Beijão pra vc, querida! E obrigada pelos votos lá no blog, viu?

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    1. Oi Tatá!
      Decidir é sempre difícil, mas pior é ter que esperar as chamadas viu! A ansiedade do fim do ciclo se tornou a ansiedade pelas matrículas.

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